Herói negro conhecido pela luta contra a opressão
negra no Brasil, Zumbi dos Palmares é lembrado por sua luta e sua coragem
no Dia da Consciência Negra, celebrado no próximo sábado.
Diz a sabedoria popular que por trás de todo grande
homem, existe uma grande mulher. Prefiro dizer "ao lado", mas o
fato é que com Zumbi não foi diferente. Esposa de Zumbi e mãe de seus três
filhos, Dandara foi muito além do papel de esposa, se tornando uma
verdadeira guerreira.
Conforme informações do professor de história
Kleber Henrique, no blog Cuca Livre,
Dandara, como todos no quilombo, plantava, trabalhava na produção de
farinha de mandioca, aprendeu a caçar, e, além disso, aprendeu a lutar
capoeira, empunhar armas e liderou as falanges femininas do exército
palmarino.
Dandara participou de todos os ataques e defesas da
resistência de Palmares e não tinha limites para defender a liberdade e a
segurança do Quilombo.
A esposa de Zumbi compartilhava a posição do marido
contra o tratado de paz assinado por Ganga-Zumba. Entre outras
negociações, o acordo requeria a mudança dos habitantes de Palmares para
as terras no Vale do Cacau. Dandara, assim como Zumbi, via o tratado como
a destruição da República de Palmares e a volta à escravidão.
Dandara morreu em 6 de fevereiro de 1694, após a
destruição da Cerca Real dos Macacos, uma batalha sangrenta que
deixou centenas de mortos. Ainda assim, acredita-se que ela se
suicidou para não voltar a ser escrava, atirando-se da da pedreira mais
alta de Palmares. Zumbi, que sobreviveu ferido a esta batalha, morreu no
ano seguinte em 20 de novembro, data em que atualmente é celebrado o Dia
da Consciência Negra.